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Eterna seja a Imperatriz de nossos corações

É difícil escrever em momentos como este. Buscamos adjetivos para explicar uma pessoa, mas nem todos os adjetivos do mundo seriam suficientes para explicar a importância de Maria Helena Rodrigues, ou apenas Maria Helena, para o carnaval brasileiro. Mineira, de São João Nepomuceno, nasceu em 1945, sob o signo das grandes mulheres brasileiras. Aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e, mal sabia, que aqui faria história. Em 1962, por intermédio de uma amiga, ingressou no universo do carnaval através do Bloco Cometas do Bispo. Sua fascinação pelo bailado das porta-bandeiras nasceu de uma visita que fez à quadra da Estação Primeira de Mangueira, onde viu Neide e ali decidiu que seguiria aquele caminho.

Em 1965, Maria Helena assumiu como porta-estandarte do bloco Quem quiser pode vir. Nesta época, conheceu o mestre-sala Bagdá, que seria responsável por ajudá-la a entrar cada vez mais no universo das escolas de samba. No início dos anos 1970, defendeu as cores da Unidos da Ponte. Defendeu, também, a Império da Tijuca, Unidos da Tijuca e Alegria da Zona Sul. Mas foi em Ramos, mais precisamente na Rua Professor Lacê, 235, que Maria Helena encontrou, de vez, com a maior paixão de sua vida: o pavilhão verde, branco e ouro, da Imperatriz Leopoldinense.

Em 1978, estreou como segunda porta-bandeira da escola de Ramos. Antes de assumir o primeiro pavilhão da Imperatriz, ainda defendeu as cores da União da Ilha do Governador nos anos de 1980 e 1981. O ano de 1982 marca o início de uma das mais lindas trajetórias que os deuses do carnaval já presenciaram, Maria Helena assume o posto de primeira porta-bandeira da Imperatriz, dando início a um reinado que duraria 23 três carnavais, laureados por 6 títulos da verde e branco da Zona da Leopoldina.

Poucos sambistas foram tão amados, tão queridos e respeitados pela família, pelos amigos e pelo mundo do samba como Maria Helena. Uma carreira linda, de grandeza imensurável, pontuada de superação e força, força essa característica de um bailado inconfundível. A garra que se transformava em giros alternados que encantavam não só os jurados, mas todos que iam para o palco da folia ver a maior porta-bandeira da história da Imperatriz Leopoldinense dançar.

Com todo nosso carinho e sentimento, hoje o Nobres Casais registra aqui não só a passagem de Maria Helena para o mundo espiritual, mas celebra, também, a vida de realizações de uma brasileira guerreira que ousou sonhar e escreveu uma das mais lindas páginas da história do carnaval brasileiro. Eterno seja o legado, a contribuição e o carinho do povo do samba a essa grande dama, a verdadeira Imperatriz de nossos corações.

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