É correto o segundo casal dançar antes do primeiro?
Quem frequenta os ensaios da Unidos da Tijuca já está acostumado a ver o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira bailar ao som do samba exaltação da azul e amarela do Borel, antes mesmo do primeiro casal dançar. O costume tijucano, que já vem de alguns anos, pode causar, em um primeiro momento, certo estranhamento em algumas pessoas, mas o fato é que não há nada de complexo nessa situação.
Longe do Nobres Casais querer levantar a bandeira do certo ou errado, nós apenas gostaríamos de convidar os nobres leitores a uma pequena reflexão: Nos primórdios do carnaval moderno, os primeiros casais desfilavam a frente da bateria e, quase sempre, o segundo vinha antes. Isso nunca foi um problema. Não existia, e não existe, nenhum problema em relação a isso por causa de uma característica particular do carnaval carioca: todos os casais, sejam eles primeiro, segundo ou terceiro, ostentam o mesmo pavilhão ( O que não acontece em carnavais como o de São Paulo, por exemplo). Essa característica é tão mágica e reveladora que nos permite olhar a tradição tijucana como deveríamos, com naturalidade.
Não importa quem esteja dançando no momento, a estrela principal é o pavilhão da escola, as cores e o que ele representa. O respeito e a reverência devem ser os mesmos e, quando se fala em pavilhão, não existe primeiro ou segundo, existe O pavilhão. Existe o primeiro casal e existe o segundo casal, e o que os diferencia é a responsabilidade de corresponder às expectativas da diretoria e trazer a nota 10. Ou seja, a diferença está quando levantam a placa, não importa se você está na frente da escola ou a frente da bateria.
Agora que já refletimos sobre a separação que deve haver entre o conceito de pavilhão e casal, podemos retornar aos casais tijucanos, e ao de todas as outras escolas que tem uma ordem de apresentação fora da usual, e concluir que, independente da ordem, ali está sendo representado o maior símbolo daquela instituição e que ele é muito maior do que qualquer hierarquia. É ele, o manto sagrado, o sinal de comunhão daqueles que tem dia e hora marcada para, em forma de desfile, exercer sua resistência cultural e histórica.
Concordo em gênero, número e grau! Kk
Pavilhão tem que ser respeitado, não tem número!