#TbtNobres Casais – Andrea Machado
Hoje recordaremos o bailado de uma das porta-bandeiras mais emblemáticas do carnaval carioca, Andrea Machado. Andrea recebeu a arte como herança familiar, filha de Celina dos Santos, histórica porta-bandeira do Salgueiro, construiu sua história no carnaval baseada em uma dança pontuada de identidade, giros perfeitos, potência e versatilidade. Seu pai, Aluísio Machado, nobre sambista do Império Serrano, também contribuiu para a sua paixão pelo carnaval.
A convite de Mestre André, Andrea começou sua trajetória como porta-bandeira mirim da Mocidade em 1981. Em 1982, aos 15 anos de idade, desfila pelo Império Serrano, também como porta-bandeira mirim, e é agraciada com o Estandarte de Ouro de revelação. Em 1983, estreia como primeira porta-bandeira da Portela, defendendo o enredo “Ressurreição das Coroas – Reisado, Reino, Reinado”. Curiosamente, a estreia de Andrea na azul e branco de Madureira reuniu dois símbolos que a marcariam para sempre: A águia da Portela (branca, iluminada pelos raios de sol daquele domingo de carnaval) e a coroa, símbolo do Império Serrano, que naquele ano era o enredo da Portela. A águia, inclusive, desfilou ostentando uma coroa sobre sua cabeça. Era o presságio de uma grande história que ali se iniciava.
Andreia retornaria em 1989 ao Império Serrano para, em um momento único, defender o pavilhão da Serrinha ao lado de seu pai, Aluísio Machado. Proporcionando ao público uma apresentação emocionante. Em 1995, de volta a Portela, Andrea participou do histórico desfile “Gosto que me enrosco”, bailando ao lado de Jeronimo do Patrocinio, que se consagraria como seu par predileto. Ao lado de Jeronimo, Andrea também defendeu as cores da União da Ilha em 1997 e 1998. Retornou ao posto de primeira porta-bandeira da Portela em 2006, bailando ao lado do mestre-sala Diego Falcão. Entre os anos de 2013 e 2016 defendeu as cores da Mocidade Unida da Cidade de Deus.
Em 2017, ano em que a Portela conquistou seu 22º título, Andrea foi convidada por Jeronimo para bailar ao seu lado a frente da ala “Manto Azul e Branco” vestindo a fantasia “Glorioso Pavilhão”. Uma forma de reconhecer e honrar sua história e as cores da bandeira portelense. Com seu bailado sem igual, Andrea tornou-se o símbolo vivo do glorioso Pavilhão de Madureira, por tantos anos de reverência e devoção ao manto sagrado da Escola.
Dona de um estilo inconfundível, Andrea inspirou gerações, ministrou aulas e, como se toda sua contribuição ao carnaval não tivesse sido suficiente, gerou um filho que, tempos depois, se tornaria mestre-sala.
A contribuição de Andrea para o bailado dos casais de mestre-sala e porta-bandeira é uma mescla de amor e compromisso pelas escolas pelas quais passou, precisão técnica aliada a emoção e uma vontade descomunal de se reinventar a cada ano. Recordar sua trajetória e recordar um pouco de cada casal que desfila seu amor a cada fevereiro.