Chegamos ao fim de mais um carnaval

Terminado mais um carnaval, é hora de fazer um balanço a respeito de tudo aquilo que se passou. Foram meses de trabalho, árduos ensaios, privação e dedicação integral para transformar o esforço de dias em uma apresentação arrebatadora. Para os casais que gabaritaram, é tempo de descansar. Para os que foram despontuados, resta a agonia da espera pelas, nem sempre esclarecedoras, justificativas.

Como o carnaval, também, é uma competição, as notas acabam funcionando como indicadores de desempenho dos casais, mas é preciso olhar com mais atenção, nem tudo é cartesiano. Ainda mais quando se trata de arte. Depois que a sirene toca, há uma infinidade de variáveis que podem ou não funcionar. Ensaiamos sim, muito. Mas é a comissão que não sai na hora certa, a pluma que desprende no momento errado, o vento que insiste em açoitar de forma injusta e tempestuosa. Enfim, nem os mais preparados estão aptos a lidarem com toda e qualquer sorte de contratempos.

É preciso ter a sensibilidade de se colocar no lugar daqueles que, de forma solitária, defendem a nota 10. Décimos não diminuem a grandeza da dança daqueles que tem o sacerdócio do pavilhão como missão. Que, a cada ano, renovam o compromisso de entregar o melhor ao público e aos jurados.

Por esse motivo, o Nobres Casais se solidariza com todos os casais de mestre-sala e porta-bandeira que desfilaram no último carnaval. Aos que deram 10, aos que foram penalizados com a perda de décimos, aos que não defenderam nota, os nossos sinceros e calorosos parabéns. Vocês são os pilares de uma arte que só existe pela resistência e perseverança daqueles que a praticam. Nunca serão resumidos a notas dadas por jurados ou críticos de ocasião.

A missão é nobre, o fardo pesado, mas a recompensa é a certeza de ter deixado, em cada pedacinho daquela pista, um pouco de todo ensaio, de todas as noites sem dormir, de toda dedicação e muito, muito amor. Que venha 2021.