O que esperar do julgamento Série A 2019?
Tomando como base as justificativas do ano passado, e no fato de que tivemos apenas uma alteração no quadro de jurados do quesito mestre-sala e porta-bandeira da Série A, o Nobres Casais traz algumas linhas sobre as expectativas a respeito do julgamento desse ano.
Não citaremos, diretamente, nenhuma das juradas, nosso objetivo aqui é fazer uma síntese do que, com base nas justificativas de 2018, elas consideram importante.
Algo recorrente nas justificativas, a crítica à falta de criatividade coreográfica e à pouca utilização do espaço cênico, devem pautar as avaliações novamente. As diagonais, que estão em alta, parecem atender ao desejo das julgadoras por uma maior movimentação.
No que diz respeito às indumentárias, as juradas tem observado bastante a altura das saias das porta-bandeiras, despontuando aquelas consideradas curtas demais (O que, às vezes, pode ser relativo. Uma boa medida é se a saia, quando a porta-bandeira gira, deixa as pernas aparecerem).
Algo interessante em relação às fantasias, é que as juradas fizeram questão de deixar claro que estavam cientes da dificuldade financeira do ano passado (e que ainda afeta o carnaval de 2019) e que, por esse motivo, o critério de avaliação das mesmas acompanharia o bom senso. O que nos leva a crer que somente saias curtas e fantasias visivelmente negligenciadas esteticamente sofrerão desconto de pontos.
Focando na parte técnica do casal, seguindo a linha adotada até aqui, a dinâmica entre olhar, e o chamado namoro, também serão cobrados. No ano passado, a maioria das juradas chamou a atenção para a execução com fluidez da alternância dos movimentos vigorosos e os de mais sutileza. É preciso observar que a questão de ausência de firmeza e segurança na execução dos passos, a perda do tempo da coreografia e a sincronia nas finalizações foram as coisas que mais causaram a perda de décimos preciosos no último carnaval.
Algo que, em um primeiro momento, pode soar subjetivo, é a questão da “coreografia monótona” demais, crítica que vem, por vezes, acompanhada do desejo de uma “apresentação mais cativante”. É um ponto que, novamente deve ser levado em consideração no julgamento.
Por último, e não menos importante, a grande questão que vem rondando o julgamento nos últimos: o excesso de teatralização na apresentação dos casais de mestre-sala e porta-bandeira. As juradas consideram um erro, e prejudicial à apresentação, coreografias com um gestual muito didático. Uma jurada, inclusive, chamou atenção para o fato dos casais estarem confundindo adequação da dança ao enredo, com adequação da dança à letra do samba.
É importante dizer que as julgadoras observam os casais que estudam as justificativas e, inclusive, chegaram a registrar no caderno de justificativas que notaram que os pontos criticados em 2017 foram trabalhados em 2018.
Com base na manutenção das juradas, e nas justificativas dos últimos anos, podemos esperar um julgamento coerente com o manual do julgador e com o que essas julgadoras estabeleceram nesses últimos anos.
Matéria perfeita … vocês são incríveis “Nobres Casais”